quinta-feira, 31 de março de 2011

Inspiração


Vou estrear esse tema, então! Vamos lá. Meu texto tá longo e provavelmente confuso, mas tô abrindo o coração aqui, gente. :P

Em primeiro lugar quero pedir desculpas pelo tema difícil, de verdade. Principalmente se você só queria fazer um desenho pro Mesoderme mas ao invés disso teve uma crise de identidade.

Queria falar do próprio tema, que é a pergunta "O que te inspira?"

Quando fiquei incunbida de escolher um tema, quis pensar em algo que fizesse cada um desenhar algo bem particular, saindo bem lá do fundo do coraçãozinho de vocês, porque eu tinha (tenho) muita curiosidade de ver o que cada um iria desenhar. E pensando num semi bloqueio artístico com o qual ando convivendo já faz uns dois anos, pensei que poderia perguntar o que serve de inspiração pra vocês.

É uma coisa muito óbvia, mas fui perceber só recentemente, graças à algumas pessoas que conheci, a importância de você ter consciência de que coisas que te inspiram, e que acabam "aparecendo" no seu trabalho mesmo que inconscientemente. Acho que ter consciência disso pode não só ajudar com bloqueios artísticos, mas também a colocar um pouco mais de si mesmo naquilo que você faz. E não só no seu trabalho artístico, mas também seu trabalho como pessoa, nas coisas que você faz, tem vontade de fazer, nas coisas em que pensa, raciocina e diz.

O que eu quero dizer, mais ou menos, é que aquilo que nos inspira, aquilo que a gente admira, é algo muito particular de cada um de nós, no sentido de que é que é muito difícil de outros mudarem ou influenciarem. Se a gente gosta daquilo, a gente gosta e ponto final, porque aquilo, por alguma razão, ecoa conosco, tanto que aquilo reflete na nossa pessoa, nosso modo de ser, de alguma forma. E por isso, acho que esse algo pode expressar coisas sobre nós mesmos de uma forma muito mais sincera e simples (mas provavelmente não muito clara), do que uma resposta à pergunta "quem é você".

Não quero com isso dizer simplesmente que, se fulano admira tal coisa, fulano é isso e aquilo. Só quero dizer que, se fulano admira aquilo, esse aquilo tem algo que ressoa com ele, que faz parte da pessoa dele. Acredito também que aquilo que repudiamos diz algo sobre nós.

Pra falar a verdade, não esperava que esse tema fosse ser difícil desse jeito pra todos. Então espero que mesmo pra quem não desenhou por qualquer razão, a reflexão sobre esse tema possa ter ajudado cada um a conhecer um pouco mais um pedacinho de si próprio. E eu queria, com esse tema, talvez conhecer um pouquinho mais de vocês também, vendo o que cada um iria desenhar. :)


Agora, sobre meu desenho e minha resposta pro tema... acho que o que mais me inspira é a idéia de espontaneidade. Artisticamente, eu gosto muito de poses que pareçam naturais, com movimento, e gosto de fazer desenhos rascunhados e sujos, onde sinto que estou colocando energia nos traços, sem pensar muito pra desenhar, tanto que meu movimento artístico favorito é o impressionismo, que se caracteriza justamente pelos traços e pinceladas rápidas, procurando registrar na tela as luzes e cores naturais, do modo como o olho vê.

Também gosto muito da espontaneidade como traço de personalidade. Não admiro uma única pessoa em particular, mas admiro muito qualquer pessoa que não tenha medo de ser ela mesma, de ter suas próprias opiniões, de falar o que pensa, de se vestir do jeito que quer, de desenhar as coisas que quer, de desenhar e pintar à sua maneira, de lutar pelo que quer. Nessa idéia tem também o conceito de coragem, pois pra ser capaz de verdadeiramente ser si mesmo, você não deve ter medo dos outros e do que eles pensam. Mas "espontaneidade" expressa melhor do que "coragem" aquilo que agora procuro e que me impulsiona como pessoa e como desenhista.

Eu sempre me apoiei muito em regras. Se não me dizem exatamente o que fazer e como fazer, fico perdida e desinteressada em fazer aquilo, porque sempre procurei fazer as coisas à maneira dos outros, pra conseguir os resultados que lhes agradassem mais. Tento fazer o meu melhor, mas sem especificações nunca sinto que fiz direito.

Quero acreditar que vai ficar tudo bem e que vou sobreviver se eu parar de andar tanto na linha e me desprender dessa corda bamba.